domingo, 16 de setembro de 2012

Nenhum vestígio de começo/Nenhuma perspectiva de fim.



Meu amor, tudo isso será chamado de último. Último copo de vinho. Último pote de pipoca. Último filme. Risadas. Muitos sorrisos. Planos não existem mais. É difícil aceitar o desapego. Não necessariamente. O difícil mesmo é entender o apego. Talvez o melhor fosse reduzir as expectativas, como se oportunidades não existissem. Bom, irá passar. Espero que passe. O sentimento fechado. Introspecção. Espero que mude. Realmente o seu jeito de andar me incomodava. Não só alguns pensamentos. Amor. Sem vestígio de começo e nenhuma perspectiva de fim. E, quando amor é. Acaba ou Não. Seu jeito de comer sempre me encantou. Sua calça, blusa, e principalmente nossas meias iguais. Te ver pedalando pode não ser mais tão bonito. Com o rosto vermelho. Suor. Abraço. Proteção. Proteção aquela que, teus pés guiavam. Dizia Neruda. E pra quem tem saudade, é saudade todo dia. Dia e Noite. Noite e Dia. Dizia Lirinha. Casar com a saudade numa madrugada fria. Na saúde e na doença. Na tristeza e na alegria. Hoje teus passos não cruzam mais os meus. Nem a praia parece tão bonita. O vento parece não aliviar. A princípio, o estranho é sempre pensar. Que alguns papos, poesias e livros se foram. Como pó. O pior creio que seja aceitar o tempo passar, tornando atitudes,vãs. Quando ele poderia ter parado naquele suspiro de olhos brilhantes. Na verdade o tempo não parou, meus sentimentos sim. Em tempos de guerra é difícil desistir do abraço. Do beijo. Em tempos de guerra é estranha a renúncia do amor. Mas vai passar, Caio disse que vai passar todo esse sofrimento. Vinícius de Moraes há de ter razão. Quando descobriu que o sofrimento é apenas um intervalo. Entre Duas felicidades.


Adriano Mota 

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