Meu
amor, tudo isso será chamado de último. Último copo de vinho.
Último pote de pipoca. Último filme. Risadas. Muitos sorrisos.
Planos não existem mais. É difícil aceitar o desapego. Não
necessariamente. O difícil mesmo é entender o apego. Talvez o
melhor fosse reduzir as expectativas, como se oportunidades não
existissem. Bom, irá passar. Espero que passe. O sentimento fechado.
Introspecção. Espero que mude. Realmente o seu jeito de andar me
incomodava. Não só alguns pensamentos. Amor. Sem vestígio de
começo e nenhuma perspectiva de fim. E, quando amor é. Acaba ou
Não. Seu jeito de comer sempre me encantou. Sua calça, blusa, e
principalmente nossas meias iguais. Te ver pedalando pode não ser
mais tão bonito. Com o rosto vermelho. Suor. Abraço. Proteção.
Proteção aquela que, teus pés guiavam. Dizia Neruda. E pra quem
tem saudade, é saudade todo dia. Dia e Noite. Noite e Dia. Dizia
Lirinha. Casar com a saudade numa madrugada fria. Na saúde e na
doença. Na tristeza e na alegria. Hoje teus passos não cruzam mais
os meus. Nem a praia parece tão bonita. O vento parece não aliviar.
A princípio, o estranho é sempre pensar. Que alguns papos, poesias
e livros se foram. Como pó. O pior creio que seja aceitar o tempo
passar, tornando atitudes,vãs. Quando ele poderia ter parado naquele
suspiro de olhos brilhantes. Na verdade o tempo não parou, meus
sentimentos sim. Em tempos de guerra é difícil desistir do abraço.
Do beijo. Em tempos de guerra é estranha a renúncia do amor. Mas
vai passar, Caio disse que vai passar todo esse sofrimento. Vinícius
de Moraes há de ter razão. Quando descobriu que o sofrimento é
apenas um intervalo. Entre Duas felicidades.
Adriano
Mota
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